HISTÓRICO

Como tudo começou…

 

Através das crônicas (registros de grandes acontecimentos) relatadas no Livro de Tombo da paróquia podemos contemplar inicialmente um movimento religioso de pessoas que, ao se reunirem em torno da devoção ao Divino Espírito Santo, possibilitaram a existência e a construção em madeira duma capela, numa colina, que fora doada por uma família de devotos portugueses. Posteriormente, após ser constituída e estabelecida pela arquidiocese de São Paulo, em Paróquia na formalidade que reza o Direito, foi construída no terreno doado, a Igreja atual.

Assim, está descrito pelas narrativas das crônicas do tempo, que em terreno doado por Mariano Antônio Vieira, natural da Ilha de São Miguel, da região dos Açores, a Igreja – antes de ser construída – se originou dessa capelinha em louvor ao Divino Espírito Santo, graças ao trabalho de doações de famílias açorianas que residiam no bairro, então chamado Bela Cintra. Antes disso, esses devotos se reuniam na residência de José Paim Pamplona e sua esposa Francisca Cândida Borges Paim, para celebrar um setenário , na festa de Pentecostes.

Esse setenário em louvor ao Divino Espírito Santo foi instituído por dona Francisca Cândida em cumprimento a uma promessa que fizera quando, por motivos de saúde, teve de viajar para sua terra, a Ilha Terceira, nos Açores, com suas duas filhas menores, Maria Isabel e Maria José. Ficaram aqui seu marido e outros parentes, expostos ao perigo da gripe espanhola, que grassava no Rio de Janeiro, onde a família então residia. Ao voltar encontrou todos gozando de boa saúde.

Por volta de 1880, a família mudou-se para São Paulo e, logo depois, residindo na Rua Frei Caneca, dona Francisca deu início ao setenário que originou a Irmandade do Divino Espírito Santo, constituída em 1881. A afluência dos devotos à casa dos Paim Pamplona foi tão grande que o local tornou-se pequeno para a celebração, daí a construção da capelinha do terreno doado por Mariano Antônio Vieira, que desposara a filha de Paim, Maria Isabel (conhecida por “dona Mariquinha”).

Em 30 de abril de 1904, a esposa de Vieira ratificou por escritura pública a doação verbal de seu marido à Irmandade do Divino e esta, em 1908, transferiu a capela para a Cúria Metropolitana, conforme referido acima. Em 30 de outubro do mesmo ano, a Capela foi elevada à Paróquia pelo primeiro arcebispo de São Paulo, Dom Duarte Leopoldo e Silva e inaugurada em 22 de novembro.

 

 

Primeiro pároco e seus sucessores…

 

O primeiro pároco da Igreja foi o padre Adoniro Alfredo Krauss, posteriormente nomeado cônego. Serviu a paróquia durante 23 anos, até a sua morte, em 1931. Para substituí-lo, foi nomeado o padre Florêncio da Silveira Camargo, que em 1950 recebeu o título de monsenhor. Dedicou-se à Paróquia do Divino 41 anos e faleceu em 27 de novembro de 1972.

Muitos párocos vieram depois: padre Mário Ranaldi, padre José Gonçalves, padre Peter Fenech, padre Lucas Pontel e muitos outros deixando, cada um, a marca de sua presença e de seu trabalho.

 

 

Grandes transformações e vinda de novos moradores…

 

Depois de ser criada na data do dia 22 de novembro de 1908, a Paróquia assistiu a formação do bairro da Bela Vista. Pois, desde esse tempo, ela viu as ruas tranquilas de pequenas casas e mansões senhoriais se transformarem em efervescentes artérias povoadas por enormes edifícios, escolas, hospitais, estabelecimentos comerciais. Fecunda na sua missão de evangelizar, guiar e assistir à comunidade local nossa paróquia abriu os braços para os novos moradores que foram chegando e acolheu como mãe as gerações que se sucederam.

Com o advento das novas pastorais, suscitadas pelo movimento reformador do Concílio Vaticano II, e a formação de grupos e movimentos de leigos que assumiram as novas frentes de trabalhos na Paróquia os espaços se ampliaram, as atividades foram remanejadas e surgiram novos projetos para atender as necessidades atuais da comunidade. Em 1977, a Comunidade Santa Teresinha das Irmãs Franciscanas do Sagrado Coração chegaram para somar conosco e passaram a atuar em nossa Igreja, desenvolvendo importantes obras sociais.

Enfim, esse é o retrato de nossa Paróquia feito e construído pelo tempo, em molduras antigas e novas, mas sempre com o bom sabor do vinho velho, inigualável, e o viço do vinho novo, pujante, que ao ser sorvido inebria nossa alma e faz restaurar todo nosso ser na alegria, na paz e na comunhão suscitada pelo Divino Espírito, nosso tão doce e inefável padroeiro, que nos gerou no passado e continua a nos recriar no presente como pessoa, comunidade e família paroquial a serviço do Reino, cercando-nos de seu Amor e enchendo de grande júbilo nossos corações.